27 de maio de 2014

Reportagem do Workshop 'Snacks Saudáveis para a Praia'


Foi no passado Domingo que 5 mulheres se juntaram para este workshop. O sol espreitava timidamente e a temperatura não nos convidava propriamente para uma ida à praia. Mas nada disso interessou. A capacidade de nos imaginarmos com os pés na areia, a contemplar o mar e a degustar estes snacks superou tudo isso.

Foi uma manhã intensa, onde muito foi feito e as mangas foram arregaçadas.


Aprendemos a fazer massa de empadas e quiches e descobrimos que a máquina de fazer pasta afinal era muito fácil de usar. O perfume das empadinhas no forno invadiu a cozinha e aguçou-nos o apetite.
Safou-nos o Mix de sementes e frutos secos, que foram atacados no final da manhã. Houve até quem fosse surrupiando uns vegetais que mais tarde iram ser recheio ;)


Os ingredientes preparados iam aumentando e a mesa, que começou vazia, foi sendo ocupada por uma diversidade de cores, texturas e sabores.  Ele era um sem fim de taçinhas com pickles, maionese de manjericão, esmagada de abacate, tofu fumado, cogumelos salteados, abacate, rebentos, alface, rúcula, pepino, saladinha de cenoura e rabanete, entre muitas outras coisas. 


Hora de fazer o sushi, enrolar os Wraps, os spring-rolls, fazer as sanduíches, os rolinhos de couve. Todos diferentes, todos iguais, como se quer. Os gostos pessoais ditavam as escolhas dos recheios, que a Liberdade é um valor que muito prezo. E que bonitos que ficaram!



Faltava grelhar as maçarocas, que em breve estarão aí em abundância. É impossível não gostar de trincar aqueles grãozinhos amarelos, radiantes como o sol. A sua prima polenta, que no verão faz sempre sucesso, foi outra convidada. Até no sushi pode ocupar o lugar do arroz. Itália meets Japão!


No final, depois de tudo degustado, lá veio a bela mousse de morango com crocante de arroz, que pacientemente aguardava pela sua vez. Um final feliz. Pena é que não se tenha deixado fotografar. Mais virão :)

Tudo isto só pode acontecer quando se junta um grupo de pessoas bonitas com vontade de aprender.
Obrigada a todas elas! E à Catarina, que não aparece na foto, mas está do lado de lá da máquina. O meu coração está cheio!!!







20 de maio de 2014

Receita de Mega-Sopa



"Ah, eu ao jantar fico bem com uma sopinha". Já ouviram certamente esta frase. Confesso que a mim ela não se aplica. Gosto de refeições completas, com diversidade de sabores, de ingredientes e de texturas.
Acontece que este último Inverno explorei vezes sem conta as infinitas possibilidades das Mega-Sopas. E não é que estou convertida!

O que é uma Mega-Sopa?

Como o nome indica é uma sopa que é Mega, ou seja, GRANDE mesmo. Precisam de uma tijela de sopa em conformidade. A base é um caldo ao qual se acrescenta um cereal, vegetais de raiz, folhas verdes e alguma proteína, se assim o desejarem. Tempera-se com miso ou shoyu e dá-se um toque final com ervas aromáticas e sumo de gengibre (óptimo para aquecer no Inverno). Come-se, bebe-se, trinca-se e chupa-se ruidosamente à moda dos japoneses. Além de saciante, tem várias vantagens: é uma refeição completa, não demora muito tempo e não suja muita loiça.

Vamos então à receita! Fica uma sugestão de ingredientes, mas experimentem variações com outros cereais, vegetais ou proteína.


Ingredientes para o caldo [para 1 dose]:
  • Meia tira de Alga Kombu
  • 1 Cogumelo shitake seco
  • Opcional: umas tirinhas de daikon seco (uma espécie de rábano seco, óptimo para dar uma alegria ao fígado nesta época de primavera)
  • Água (a tijela bem cheia e mais um pouco, tendo em conta que evapora bastante)
Ingredientes para a sopa:
  • Massa soba ou udon 
  • Cebola em meias luas
  • Cenoura em Kimpira (tiras finas)
  • Folhas verdes (couve, nabiças, agrião, rama de nabo...)
  • Opcional: Tofu ou tempeh já cozinhado ou alguma leguminosa
  • Miso de cevada ou shoyu
  • Cebolinho picado
  • Sumo de gengibre

Preparação: Leve ao lume  um tacho com água, a alga kombu, os cogumelos shitake e o daikon seco. Deixe em lume baixo pelo menos meia hora e vá à sua vida.
Retire a alga kombu e lamine-a finamente. Faça o mesmo com os cogumelos (descarte o pé). Volte a colocar tudo no tacho .
[Pode duplicar as quantidades e guardar parte do caldo no frigorífico. Use-o como base para uma nova sopa ou outros pratos.]

Adicione a cebola e a cenoura, uma pitadinha de sal e deixe cozinhar 5 minutos. Junte as folhas verdes e, dependendo do vegetal, aguarde uns instantes até a cor verde ficar mais viva.
Retire um pouco do caldo da sopa para desfazer o miso. A regra é usar 1 colher de sobremesa por cada tijela de sopa. Neste caso colocamos uma colher bem cheia tendo em conta que é uma mega-sopa. Depois de bem desfeito, volte a juntar tudo à sopa e deixe um minuto para "acordar" o miso. Não o deixe ferver para não destruir as suas enzimas. Se optar por temperar com shoyu, use um pouco mais de quantidade.
À parte cozinhe a massa soba e deite-lhe um fio de óleo de sésamo tostado (yam!) para não pegar. A minha preferida é esta marca e só demora 3 minutos!


Neste caso, usei como proteína umas sobras de tempeh do almoço. Se nunca provaram tempeh, recomendo vivamente o do Sal's Tempeh. É simplesmente delicioso! Podem encomendar directamente ao Salvatore aqui.

Hora de servir: Coloque a massa na tijela, junte o tempeh e disponha os vegetais por cima. Verta o caldo e por fim o cebolinho picado. Este veio directamente da horta e como bónus traz uma flor linda! No Inverno sugiro umas gotas de sumo de gengibre (rale o gengibre e esprema até sair sumo) e hoje, com a molha que apanhei, é mesmo o que me apetece. Para facilitar a logística na hora de comer, use pauzinhos chineses para os sólidos e vá bebericando o caldo. 

Convencidos? Experimentem e depois digam lá se não é super reconfortante.


14 de maio de 2014

Workshop Snacks Saudáveis para a Praia

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O Verão está aí à porta e o calor que já se faz sentir convida-nos a ir até à praia. E o que levar para comer? É esse o mote para este workshop.

Num ambiente descontraído e familiar, vamos todos pôr as mãos na massa e elaborar deliciosos e equilibrados snacks, ideais para passar um belo dia na praia.
Dê as boas vindas ao sol e diga adeus às enfadonhas sanduíches!

Quando: 25 Maio (Domingo)
Horário: 10h30 - 14h
Onde: Lisboa (zona de Alcântara)
Valor: 30€ (inclui degustação e receitas)
Informações e inscrições: susana.vicoso@gmail.com


6 de maio de 2014

Receita de pão sem amassar


O prometido é devido! Tenho andado a falar desta descoberta a toda a gente e a prometer que partilharia a receita no blog. Pois aqui está ela!
Encontrei-a (ou ela encontrou-me) numa fase em que andava com um problema na coluna e amassar implicava um enorme esforço. Tudo tem solução e a nossa capacidade de adaptação às limitações físicas é fantástica. Agradeço ao Jim Lahey da Sullivan St Bakery por ter criado esta solução genial. Jim, és grande!!!

O titulo diz tudo. É mesmo um pão sem amassar, por isso cedam à tentação de o fazer. O resultado é garantido. Leva pouco fermento e só precisa de tempo para levedar, uma prática pouco comum nos pães produzidos hoje em dia. Parece-me que mais do que o tipo de farinha utilizado (que também é importante, claro), o tipo de fermentação é o factor determinante para criar um pão mais fácil de digerir.  Pessoalmente prefiro um pão de farinha branca com uma fermentação natural a um pão integral com fermentos químicos em quantidades abusadoras que o fazem levedar em menos de 1 hora. A vantagem aqui é que também podemos seleccionar as farinhas a nosso gosto, ir variando e acrescentado outros ingredientes, como sementes, frutos secos, etc. E já que podemos escolher, prefiram farinhas biológicas.

Sugiro que façam a preparação à noite e deixem a levedar enquanto dormem. O ideal é que na manhã seguinte tenham um pouco de tempo para terminar o processo. Coisa para um fim de semana, digo eu.

Este ficou um pouco tostado demais no topo. Forno demasiado potente :)


Vamos lá à receita!

Ingredientes:

  • 3 chávenas (430g) de farinha (usei 300g de farinha de espelta e 130g de farinha de trigo branca)
  • 1 e 1/2 chávena de água (345g) 
  • 1/4 colher chá (1g) de fermento seco biológico para pão (encontram na Miosótis, Brio)
  • 1 e 1/4 colher chá de Sal marinho integral (8g)
  • um fio de azeite (para untar)
  • um pouco de farinha extra para polvilhar

Este é o fermento que uso


Equipamento:

  • 2 Taças de tamanho médio
  • Tacho de ferro fundido ou de cerâmica com tampa (como não tenho, uso um de barro)
  • Colher de pau ou espátula
  • Panos de algodão
  • Película aderente

Preparação à noite:

  1. Misture os ingredientes secos numa taça
  2. Junte a água e incorpore com a colher de pau cerca de 30 segundos a 1 minuto
  3. Unte levemente a outra taça com azeite e passe para lá a massa (não se assuste se lhe parecer demasiado liquida)
  4. Cubra a taça com a película e deixe repousar pelo menos 12h em temperatura ambiente (já deixei 16h)
Preparação de manhã:

Bom dia, espero que tenha dormido bem :)
  1. Retire a massa para uma bancada polvilhada com farinha e dobre uma ou duas vezes. 
  2. Deixe repousar cerca de 15 minutos
  3. Forme uma bola com a massa e coloque-a num pano com bastante farinha, virando a parte da união (a menos lisa) para baixo 
  4. Cubra com um pano e deixe levedar 1 a 2h em temperatura ambiente, até que o tamanho duplique.
  5. Pré-aqueça o forno a 230ºC a 260ºC. Se o forno for ventilado, retire 20ºC à temperatura.
  6. Coloque o tacho no forno meia hora antes de ir assar o pão para ir aquecendo 
  7. Quando a massa tiver duplicado o tamanho, retire o tacho do forno (quente, quente!) e coloque a massa com a parte da união (que estava para baixo) virada para cima (é usar o pano e virá-lo ao contrário)
  8. Cubra com a tampa e deixe 30 minutos no forno. 
  9. Retire a tampa e deixe cozinhar mais 15 a 30 minutos até ficar douradinho.
Esta técnica do tacho tenta reproduzir as condições de um forno tradicional. A ideia da tampa é criar vapor no interior, fazendo com que o pão cozinhe por dentro. Quando retiramos a tampa, vai criar uma crosta estaladiça absolutamente irresistível. Sim, este é daqueles que fazem crrrrraaaac ao cortar e por dentro ficam  fofos e com os buracos típicos de um pão a sério.

Eu sei que vai ser difícil resistir, mas é mesmo importante deixar o pão arrefecer antes de o cortar porque permite terminar a cozedura e manter a humidade. Dessa forma mantém-se macio por vários dias. Este durou quase uma semana. 
Sugiro que aqueçam as fatias ao vapor nos dias seguintes. Fica como novo!

Pronto, ide lá e experimentai! Depois contem-me como correu.